
Dez entre dez brasileiros que praticam drift têm o sonho de levar seu carro esportivo para o Brasil, para poder dar suas aceleradas e derrapadas do outro lado do mundo. Agora, este sonho é possível, graças a uma parceria entre as equipes automotivas Twister Garage, de Minokamo (Gifu), e SPL Drift Project, de Curitiba (Paraná).
Há pouco mais de um ano, a parceria Twister/SPL tornou-se a pioneira na remessa de carros japoneses de drift para o Brasil, com o envio de três veículos, todos da marca Nissan: um Skyline 34, um Silvia S15 e um Nissan 180. Em novembro do ano passado, outros quatro carros chegaram ao Brasil: dois Silvia S14, um Silvia S15 e um Skyline 34.
“Usamos nossos próprios carros para aprender os procedimentos de como fazer este envio para o Brasil. Agora, estamos abrindo esta possibilidade para outros brasileiros interessados em mandar para lá os seus carros de competição”, explica André Luiz Parreira, que administra a Twister Garage ao lado da esposa Priscila Parreira. “O drift está em evidência no Brasil e em outros países da América do Sul, e o nosso objetivo é estimular o crescimento deste esporte por lá.”
Priscila lembra que não foi fácil descobrir de que maneira os carros esportivos poderiam ser enviados para o Brasil, porque nunca ninguém havia feito isso antes. A primeira remessa, por exemplo, exigiu mais de seis meses de consultas junto às autoridades alfandegárias dos dois países. “A burocracia é grande, mas tudo está sendo feito sem desrespeitar as leis de nenhum dos dois países”, explica ela. “É bom frisar que não somos exportadores de carros, mas sim prestadores de serviços. Damos toda a assessoria desde que os carros saem do Japão até eles chegarem ao Brasil, mas seus proprietários é que têm de se responsabilizar pela procedência deles.”
Parreira e Priscila, da Twister Garage, querem estimular a ascensão do drift no BrasilO serviço é restrito a modelos esportivos. “Eles entram no Brasil como carros de exibição e competição e, lá, não podem circular pelas ruas como veículos de passeio”, ressalta Parreira. Feito de navio, o transporte dos carros demora, em média, cerca de 45 dias. O custo aproximado é de 1,5 milhão de ienes por carro, valor que pode sofrer pequenas variações. “É caro, mas é o preço necessário para fazermos tudo dentro da lei, pagando as taxas nos dois países e regularizando toda a documentação.”
Priscila lembra ainda que a parceria Twister/SPL também faz os ajustes necessários para que os carros se adaptem ao Brasil. “Por exemplo, é preciso regular os motores e a configuração dos computadores dos carros para o combustível brasileiro, que é de qualidade inferior ao japonês”, explica. Estes ajustes podem ser feitos no Japão ou no Brasil.
NO BRASILCom dez carros equipados – sete japoneses e três montados no Brasil –, a equipe paranaense SPL Drift Project está organizando o primeiro campeonato brasileiro. Previsto para ter quatro etapas, o Grande Prêmio Brasil de Drift terá início 28 de fevereiro, no Rio.
A primeira equipe de drift do Brasil foi criada por Márcio Fernando Mamoru Hashimoto e Márcio Rogério Fujikawa, ex-dekasseguis que conheceram o esporte no Japão. Desde que os primeiros carros enviados pela Twister Garage chegaram ao outro lado do planeta, em janeiro do ano passado, a SPL Drift Project tem feito diversas exibições no Brasil e na Argentina e fundou a primeira escola de pilotagem do gênero no país.
Ainda este ano, também será realizado o primeiro campeonato sul-americano de drift, que deverá ter cinco etapas no Brasil, na Argentina e no Chile.
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